quarta-feira, 7 de agosto de 2019
COLAPSO DE TRAQUEIA - TRATAMENTO
O tratamento do colapso de traqueia em cães até poucos anos baseava-se em suplementação com condroitina/ glucosamina. A eficácia dessas medicações nunca foi comprovada para os casos de colapso de traqueia, ao contrário do que ocorre com doenças articulares.
Na atualidade temos dois tratamento disponíveis; o CLÍNICO e o CIRÚRGICO.
Tratamento Clínico
O tratamento clínico inclui o uso de medicamentos. Inicialmente usa-se corticoide ou anti-inflamatórios não-esteroidais e nos casos mais leves ocorre boa resposta (amenização ou desaparecimento da tosse seca). Com a progressão do colapso de traqueia a resposta ao corticoide vai ficando mais escassa. Então opta-se pelo uso de derivados de opioides, via oral ou injetável. Desde o início dos sinais clínicos, a suplementação com condroitina/glucosamina faz parte do tratamento.
A Grande Novidade no Tratamento do Colapso de Traqueia em Cães
Desde 2016, venho usando o estanozolol, um anabolizante esteroidal, usando por fisiculturistas. Um estudo realizado em cães com colapso de traqueia em 2013, mostrou que o uso do estanozolol por 75 dias, promoveu 67% de cura nos cães, com maior incidência nos graus mais leves (1 e 2) e menor no grau 3. Nos pacientes que não houve a cura, houve a regressão. Cerca de 7% dos pacientes não responderam ao tratamento. Até o momento, tenho cerca de 11 cães que foram tratados e 4 tiveram completa remissão dos sinais clínicos. Devido a restrição financeira de alguns clientes, o estanozolol foi usado mesmo em cães diagnosticados em grau 4 (grau mais grave e que requer cirurgia) e o resultado não foi o esperado ou o animal acabou vindo a óbito no meio do tratamento devido a gravidade do quadro.O estanozolol é um medicamento extremamente controlado e na forma oral pode lesionar o fígado e promover hipertensão arterial, portanto para seu uso, faço exames completos de sangue e aferição de pressão arterial ao longo dos 75 dias de tratamento.
Tratamento Cirúrgico
Até pouco o tratamento cirúrgico deve ser feito somente quando todas as opções de tratamento clínico se esgotasse. Porém, hoje sabemos que nos pacientes com grau 3 com sinais clínicos de língua-roxa/cianose e desmaios e nos grau 4, a cirurgia deve ser feita, para prevenção da morte por asfixia.
O tratamento cirúrgico, inclui dois tipos de cirurgias, a invasiva e a não-invasiva. A cirurgia invasiva é aquela em que é feito um corte (incisão) na região do pescoço e a traqueia até onde é possível acessá-la (entrada do tórax) é ancorada nos tecidos adjacentes. É uma técnica que só pode ser usada nos casos de colapso cervical e o cirurgião precisa ser muito habilidoso pois é uma região delicada e cheia de nervos. Existe relativa incidência de complicações.
O método não invasivo e mais moderno e usado mundialmente, inclui o uso do stent. Essa técnica foi usada inicialmente em 2004, com um stent biliar adaptado. Desde então tanto a técnica e o material foram evoluindo. Em 2012 eu fiz a primeira cirurgia de stent no Brasil, em um Poodle, que tinha 12 anos de idade. Ele veio a óbito em 2019 pois caiu na piscina. Mas viveu bem desde então.
Hoje somo mais de 80 animais e desde então e após cada cirurgia, fui aprendendo qual o animal era o mais elegível da cirurgia e aprimorando a técnica. A cirurgia de stent traqueal para o colapso de traqueia exige muita habilidade e o detalhe da mensuração da traqueia é o sucesso da cirurgia.
A taxa de complicação é relativamente baixa.
Imagem radiográfica de um cão após cirurgia com stent traqueal
Para a eleição do melhor tratamento é necessário uma minuciosa avaliação dos sinais clínicos e ter em mãos os resultados da traqueoscopia/broncoscopia.
Para agendar uma consulta, ligue para (16) 3237-2024 ou (16) 98252-0132.
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